“A vida é um mistério a ser vivido, não um problema a ser resolvido.”
Gabriel Marcel
As pessoas estão muito imediatistas, querem tudo para ontem, basta o sintoma ser amenizado e pronto, acham que seus problemas acabaram.
Os problemas precisam ser ouvidos. Eles surgem em função do desiquilíbrio de nossas relações conosco e com os outros. […] Os problemas não existem para ser eliminados, mas sim para ser integrados. […] A maioria das pessoas que procuram a terapia não está ouvindo essas mensagens, mas está buscando soluções técnicas para os seus problemas. Elas desejam ter “a coisa” resolvida – um curativo – mesmo que isso seja compreensível. Querem que a dor seja aliviada imediatamente, em vez de se disporem a permanecer com a dor para que ela possa falar de um local mais profundo, dentro delas (Hycner, 1995).
E é neste contexto que entra o psicólogo, como aquele que escuta com empatia a mensagem que este problema quer dizer ao paciente. O psicólogo é o intermediário para tornar mais clara e compreensível esta mensagem que o problema traz é como se fosse um tradutor que tem como objetivo facilitar a compreensão do paciente e seu problema.
Pode-se utilizar a metáfora do guia de uma viagem, ele abre o caminho, mas não carrega nas costas o excursionista, ele acompanha o viajante ao seu destino até onde ele quer chegar.
É possível mudar desde que se queira mudar, porém a mudança acontece através do paciente e da maneira como encara a situação, ou seja, se quer ser o problema, apenas entendê-lo ou modificar a sua atitude diante do mesmo.
Esta é a função do psicólogo, dar novas visões ao paciente para que ele através de suas capacidades consiga reorientar a sua vida, pois ele tem a liberdade de escolha, para agir com responsabilidade diante de seus problemas; e por conta disto não é possível prever o tempo da terapia, porque vai depender da evolução do paciente no processo terapêutico.
Fontes de Pesquisa: HYCNER, Richard. De Pessoa a pessoa: psicoterapia dialógica. São Paulo:Summus, 1995.